Mercado do petróleo e do gás angolanos em 2020

Numa análise detalhada sobre a exportação angolana de petróleo em cada um dos 4 trimestres do ano transato, o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás de Angola analisou o destino das exportações, o seu valor e as ramas de petróleo bruto mais valorizadas. Assim, em 2020, “Angola exportou um total de 446.394.014 de barris de petróleo, menos 7,26% que os barris de petróleo exportados em 2019”, “avaliados ao preço médio unitário ponderado de USD 40,987, que determinou receitas brutas na ordem dos USD 18.296,54 milhões”. Diamantino Azevedo, que é, também, Presidente da Organização dos Produtores e Exportadores de Petróleo (OPEP), informou que “os principais destinos do petróleo angolano exportado em 2020 foram a China, com 71,07%, a Índia, com 5,87% e a Tailândia, com 4,34%;” a África do Sul foi o único país africano que importou petróleo angolano, com uma quota de 1,06% do total, e Portugal adquiriu 1,28% do petróleo angolano, ligeiramente mais do que o petróleo exportado para Itália (1,27% do total), mas menos que as exportações destinadas a Espanha (2,16%), Singapura (2,14%), França (2,12%), EUA (1,71%) e Taiwan (1,68%). Os 2o e 4o trimestres foram os períodos em que a China importou mais petróleo (respetivamente 78,32% e 71,86% do total), mas o mercado chinês foi o principal destino das exportações petrolíferas angolanas ao longo de todo o ano. O petróleo comprado por Portugal ocorreu nos 1o e 3o trimestres, com 3,22% e 1,74% do total exportado por Angola nesses períodos. No segmento do Gás Natural Liquefeito (GNL), os preços do gás seguiram a tendência dos preços de petróleo bruto no mercado internacional: Angola exportou cerca de 4,63 milhões de toneladas métricas (TM) de GNL, ao preço médio unitário (por TM), de USD 191,16; 537,14 mil TM de butano, ao preço médio de USD 251,22 por TM; 861,53 mil TM de propano, ao preço médio de USD 172,51 por TM e, ainda, 299,31 mil TM de condensados de gás ao preço médio de USD 237,58 por TM. Em termos de mercados de exportação de GNL, a Índia foi o maior importador, com 35,5%, e a China, com 7,67%; os países africanos que se destacaram foram a Tanzânia e a República Democrática do Congo, respetivamente com 0,32% e 0,02% do total, e Portugal importou 1,04% das exportações do GNL angolano. Do volume total exportado, 36,83% pertencem à Sonangol e à Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANPG), enquanto ao nível das companhias internacionais se destacaram a Total (14,76%), a Esso (9,60%), a BP (8,59%), a SSI da Flórida (7,55%), a Equinor (7,11%), a Chevron (7,08%) e a Eni (com 6,87%). No 2o semestre do ano passado, “o mercado das ramas angolanas teve melhor desempenho em relação ao preço do brent datado, devido à melhoria dos diferenciais”: Diamantino Azevedo esclareceu que “durante o 1o trimestre, o preço das ramas angolanas atingiu o mínimo de USD 18,25 por barril de petróleo, na rama Gindungo, e o máximo de USD 71,196, na rama Girassol, tendo alcançado a média trimestral de USD 48,71 por barril. Os principais fatores que influenciaram o mercado das ramas angolanas foram a procura de petróleo com baixo teor de enxofre devido à implementação das medidas de redução do teor de enxofre para 0,5% nos combustíveis marítimos. No 2o trimestre, os preços das ramas angolanas atingiram o mínimo de USD 10,87 por barril, na rama Mostarda, e o máximo de USD 44,988 por barril, na rama Saxi Batuque, tendo alcançado a média trimestral de USD 27,248 por barril (…) os principais fatores que influenciaram o mercado das ramas angolanas foram a falta de acordo sobre os cortes de produção da OPEP+, quando a Rússia se recusou a fazer o corte na sua produção e a Arábia Saudita reduziu os seus preços oficiais a fim de recuperar a quota de mercado, fazendo assim com que a oferta aumentasse e consequentemente os preços diminuíssem”. No 3º trimestre, “o preço das ramas angolanas alcançou o mínimo de USD 34,287 por barril, na rama Dália, e o máximo de USD 47,725 por barril, na rama Cabinda, alcançando a média trimestral de USD 43,361 por barril”. No 4º trimestre de 2020 “o preço das ramas angolanas atingiu o mínimo de USD 36,47 por barril, na rama Mostarda, e o máximo de USD 53,843 por barril, na rama Hungo, tendo alcançado a média trimestral de USD 44,706 por barril”, encontrando-se, entre os principais fatores que influenciaram o mercado das ramas angolanas neste período, “o fortalecimento das margens de refinação, o aumento da procura de petróleo bruto na Ásia e a manutenção do fluxo das viagens domésticas na China, que impulsionou a recuperação do mercado do petróleo bruto”. A estabilização do mercado indiano foi outro fator impulsionador da procura por petróleo bruto no mercado asiático, motivando as refinarias da Índia a aumentarem as taxas de refinação e aumentando o seu interesse pelas ramas angolanas.

 

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