Chefe de Estado apresenta, na COP26, a Estratégia Nacional de Angola para as Alterações Climáticas

Na sequência da aprovação da Estratégia Nacional para as Alterações Climáticas e de outros instrumentos conexos (ver edição da CCIPA News Angola de 23 a 29 de outubro de 2021), o Presidente angolano participou, em Glasgow, na Cimeira Mundial do Clima (COP26), que teve início a 31 de outubro e terminará a 12 de novembro. Na sua intervenção, no dia 2 de novembro, João Lourenço sublinhou o compromisso de Angola com a sustentabilidade ambiental no Planeta Terra, apontando para que, até 2025, 70% das energias consumidas no país sejam limpas: embora o continente africano seja dos que menos poluem, nomeadamente por força da sua incipiente industrialização, ele é, contudo, das regiões que mais serão sacrificadas pelo aquecimento global e pelas alterações climáticas que surgirão no seu rasto. O Presidente angolano aproveitou, então, para apresentar os passos que estão a ser dados na direção da descarbonização em Angola, seja pela redução do uso de energias geradoras de gases com efeito de estufa, seja o que está a ser feito como teia natural de aprisionamento de carbono, como é o caso da reflorestação do mangal na orla marítima nacional, dado que os mangais são um filtro eficaz da atmosfera e do mar, absorvendo alguns dos seus poluentes mais nefastos. Por outro lado, tem sido feito, nos últimos anos, um investimento gigantesco na produção de energia hidroelétrica e fotovoltaica, essenciais para reduzir o consumo de combustíveis fósseis e altamente emissores de gases com efeito de estufa. O Chefe de Estado disse, ainda, que o seu país “considera as alterações climáticas um dos maiores desafios que a Humanidade enfrenta, pelo conjunto de efeitos diretos e indiretos que causam à vida económica e social das nações, facto que constitui um verdadeiro desafio ao desenvolvimento” e aditou que Angola firmou, em Washington, com o ICCF- Fundo Internacional de Conservação, “um convénio para a conservação dos parques do Luengue-Luiana e Mavinga, para a proteção da vida selvagem animal e vegetal e desenvolvimento do turismo internacional sustentado”. Sobre os compromissos do país a longo termo, João Lourenço enfatizou o desafio que está a ser enfrentado por Angola de forma a alcançar os objetivos consubstanciados no Acordo de Paris através da já aprovada Estratégia Nacional para as Alterações Climáticas 2021-2035: “O meu Governo aprovou mais recentemente um importante pacote legislativo ambiental, instrumentos que serão determinantes na luta contra as alterações climáticas”, disse, concluindo que “Angola está alinhada com os consensos internacionais do desenvolvimento sustentável, incluindo o África-2063, em consonância com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”. A COP26 contará com centenas de discursos, reuniões e acordos, como a “Ação sobre Florestas e Uso da Terra”, assinado no dia 2 de novembro, sobre a reflorestação e a proteção dos solos, matéria na qual os países mais ricos assumiram o compromisso de investir perto de USD 20 mil milhões. Este acordo abrange 100 países e 85% das maiores florestas do mundo, sendo Angola um dos seus signatários, como objetivo de travar o avanço da desflorestação.

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