Vai ter lugar, entre 11 e 13 de novembro, em Joanesburgo, o Fórum de Investimento Africano, com o objetivo de realizar e implementar negócios e investimentos no continente africano. Neste Fórum, o Banco Africano de Desenvolvimento apresentará “3 ou 4 projetos e esperamos que mereçam a aprovação em termos de apetite dos investidores”, anunciou o banqueiro Mateus Magala na Costa do Marfim, à margem da reunião extraordinária de acionistas para aprovação do aumento de capital do BAD. Segundo Mateus Magala, “A linha de crédito para Moçambique certamente vai ser aprovada pelo conselho de administração do BAD este mês, e só depois da linha de crédito ser aprovada é que os operadores vão poder financiar projetos nas áreas principais da linha de atuação do banco”; existem, depois, dois outros projetos, um em Angola e outro em São Tomé e Príncipe, que serão debatidos no Fórum mas que não foram identificados. A linha de crédito de € 26 milhões (USD 30 milhões) que será gerida pelo Banco BIC de Angola, é o primeiro projeto a ser aprovado no âmbito do Compacto Lusófono para o Desenvolvimento, um modelo inovador de financiamento do BAD, com garantias do Estado português (através da SOFID – Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento, no montante de € 400 milhões), para projetos apresentados para implementação nos países lusófonos africanos. “Os projetos que vão a aprovação a conselho passam por um processo local, são localizados no país lusófono, e dentro de cada país já há um comité composto pelo banco, pelas autoridades nacionais e Portugal, portanto são eles que escrutinam os projetos e decidem se estão alinhados com a estratégia do banco, do país e da intenção do Compacto, que é a promoção do setor privado” nestes países, explicou Mateus Magala. A primeira edição do Fórum de Investimento Africano, realizada em 2018, esteve na origem da realização de 49 negócios, num valor aproximado de € 35 mil milhões (USD 40 mil milhões).
Nota sobre o Compacto Lusófono: trata-se de uma iniciativa lançada pelo BAD e pelo Governo português no final de 2017, para financiamento de projetos em países lusófonos, com o apoio financeiro do BAD e garantias do Estado português, por via da SOFID – Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento, que assim asseguram que o custo de financiamento seja mais baixo e com menor risco. O primeiro projeto está a ser analisado em Moçambique e é uma linha de crédito, gerida pelo Banco BIC, no valor de USD 30 milhões. Além do país anfitrião – um dos PALOP -, cada projeto deve envolver “pelo menos mais duas entidades do Compacto, por exemplo o BAD e empresas portuguesas ou o BAD e outras empresas dos PALOP”, refere a documentação sobre o programa. A participação portuguesa através da SOFID disponibiliza € 400 milhões em garantias a conjugar com financiamento do BAD, que, neste Compacto, vai apoiar projetos avaliados até USDS 30 milhões, valor inferior aos projetos habitualmente financiados pelo Banco Africano de Desenvolvimento.