Alívio da dívida deverá permitir a Angola poupar USD 6 mil milhões

A ministra das Finanças, Vera Daves, anunciou, no dia 18 de setembro, que a renegociação da dívida angolana, dentro e fora do âmbito do G20, permitirá poupar USD 6 mil milhões (€ 5 mil milhões) até 2023 mas considerou que, embora o número em causa seja entusiasta, “não podemos ficar demasiado eufóricos porque a situação das contas públicas continua delicada”, tendo acrescentado que o stock da dívida pública deve atingir 123% até ao final do ano. A Ministra falava numa conferência de imprensa, em Luanda, dois dias após o anúncio da 3a revisão do programa de financiamento do Fundo Monetário Internacional (FMI) em que foi aprovado o desembolso de mil milhões de dólares (€ 845 milhões): “Estamos no caminho certo, os números falam por si. Do adicional íamos receber [USD] 500 milhões [€ 422 milhões], vamos receber mais [USD] 500 e, no fim da 4a avaliação, recebemos o remanescente. Correndo tudo bem, receberemos mais USD 765 milhões [€ 645 milhões]”, afirmou Vera Daves. A governante adiantou que estes “são benefícios monetários concretos” aos quais o Governo quer dar bom uso e mostram que a dívida pública angolana, “apesar de estar sujeita a grande quais o Governo quer dar bom uso e mostram que a dívida pública angolana, “apesar de estar sujeita a grande pressão, continua sustentável”, trazendo “tranquilidade no médio e longo prazo”. Com as verbas aprovadas, o Governo angolano conta “não só continuar a honrar o serviço da dívida, mas ter um reforço para o combate” à pandemia de COVID-19, assinalou a Ministra. Contudo, de acordo com o economista Carlos Rosado de Carvalho, e embora a reestruturação da dívida alivie a pressão sobre as contas angolanas, “é preciso pagar este empréstimo” e não se sabe exatamente em que condições, disse o técnico angolano, mostrando-se preocupado com a dívida à China que, segundo a Ministra angolana das Finanças, é o principal credor de Angola, num montante de USD 20,1 mil milhões (€ 16,9 mil milhões). Para Carlos Rosado de Carvalho, este é um alívio bem-vindo, “sim, não seria possível executar o orçamento sem esta reestruturação, mas não se sabe em que consiste esta moratória. É preciso saber porque isto na prática é um empréstimo (…) não se trata de uma poupança, é uma suspensão da dívida que terá de ser paga depois e não sabemos pormenores”, sobretudo no que diz respeito à China.

Partilhar o artigo "Alívio da dívida deverá permitir a Angola poupar USD 6 mil milhões"

Share on FacebookTweet about this on TwitterShare on Google+Share on LinkedIn